Você é consumista compulsiva?







O ato de comprar muitas vezes não está relacionado simplesmente com a aquisição de bens para o consumo. As compras podem assumir uma ligação com a frustração ou a solidão.



Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo.

O costume de comprar aparece por volta dos 18 anos, quando apesar de não comprarem, os jovens gastam horas experimentando roupas.

O consumo compulsivo pode comprometer desde o equilíbrio emocional até o orçamento familiar. Diante da impossibilidade financeira de adquirir um produto, a ansiedade da pessoa pode ser aumentada.

O professor Roberto Pani aponta que o consumo pode funcionar para remediar carências.
Dificuldades de relacionamento podem ser sinalizadas pela compulsão. Giovanni Siri salienta que a identidade é fundamentada através das relações com o próximo. Sendo assim, diante de situações nas quais as pessoas se sentem ansiosas e frágeis, essas podem tentar preencher a falta de relações mais complexas, adquirindo objetos, já que esses não as rejeitam nem decepcionam.

O consumidor só se satisfaz ao adquirir o produto cobiçado, porém este tem um valor simbólico, ou seja, quando é adquirido perde seu valor, uma vez que o que está por trás da compra pode ser a tentativa de suprir carências afetivas.

Por Patrícia Lopes




sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vaidade não é privilégio só das mulheres

                        A mulher  quer um novo homem ? será?




                    A metamorfose do macho


A revolução que criou o novo homem foi menos
barulhenta do que a feminina. Mas suas marcas
na sociedade são igualmente profundas.


A revolução de costumes detonada nos anos 60 criou uma nova mulher – mais livre para concretizar seus desejos existenciais, profissionais e sexuais – e também um novo homem, de contornos pouco claros até alguns anos atrás. Explica-se: a princípio, destituídos dos papéis sociais rígidos a eles destinados, os homens ficaram perdidos, vulneráveis, como se lhes tivessem tirado o chão. Tanto que, nos anos 90, decretou-se a "crise do macho". Mas, assim como as mulheres foram à luta, eles também não se acomodaram na infelicidade. Empreenderam uma revolução menos barulhenta do que a feminina e hoje já se mostram mais à vontade no lugar que ocupam na sociedade moderna. É justamente esse momento flagrado pela edição VEJA Especial Homem.
 

Um dos aspectos que mais chamam atenção é que o novo homem está começando a dar conta das ansiedades dela – a nova mulher. Apesar de todas as conquistas visíveis e dos avanços de mentalidade, boa parte das mulheres ainda se ressente de não cuidar em tempo integral dos filhos ou de não dar mais atenção à casa – isso quando há filhos ou casa a ser cuidados. Muitas vivem o dilema de escolher entre uma carreira e uma família. Pois bem, diante de tais angústias femininas, os homens até que estão se saindo bem. Há até as feministas que acham que o desempenho deles supera o delas. "As mulheres passaram os últimos quarenta anos conquistando o mundo masculino", escreveu a jornalista americana Sheerly Avni, na revista eletrônica Salon. "Hoje podemos matar um coelho a tiros, mas não sabemos cozinhá-lo. No pós-feminismo, descobrimos que os homens agora são melhores em tudo o que julgávamos território exclusivamente nosso." Aliás, por falar em cozinhar coelho, nas páginas 58 e 59, eles ensinam a preparar também javali e avestruz.
O machismo perdeu terreno e, no seu lugar, entrou a delicadeza. Embora o esporte preferido dos homens nunca vá ser discutir a relação, eles hoje estão mais atentos aos movimentos internos de suas companheiras e também se mostram mais participativos na vida familiar. Pais e filhos nunca estiveram tão próximos quanto hoje. O número de homens que assistem ao parto de seus filhos mais que dobrou nos grandes hospitais nos últimos dez anos. Eles agora são uma presença constante em reuniões e festinhas de escola. Várias pesquisas sobre o assunto indicam que os homens desempenham esse papel com gosto. Nesses levantamentos, foram feitas perguntas como "Você sente prazer ou se sente diminuído ao dar banho em suas crianças?", "Sua mulher admira quando você alimenta o bebê ou acha que essa é uma tarefa essencialmente feminina?", "Você conta para seus colegas que coloca suas crianças para dormir?". Tabuladas as respostas, constatou-se que a maioria dos homens, quando cumpre essas atividades, sente-se mais viril. Eles também relatam uma grande melhora na qualidade de vida. O contato mais íntimo com os filhos serviu de trampolim para o que os especialistas consideram a maior transformação masculina. O amor que os homens aprenderam a dar e a receber de seus filhos fez com que eles tomassem contato com seus próprios sentimentos, sufocados durante séculos. Homem agora não só pode chorar, como sentir-se frágil, com medo. Tanto que, nos últimos dez anos, o número de pacientes homens nos consultórios de psicoterapia e psicanálise cresceu cerca de 40%. Homem que é novo homem elabora.

A reviravolta não se deu apenas no terreno das emoções. Hoje, eles não sentem vergonha de mostrar-se vaidosos. Não está se falando aqui apenas do metrossexual, aquele homem de vaidade exagerada que é, inclusive, tema de uma entrevista com o criador do conceito, o inglês Mark Simpson, na página 22. Que o diga Ronaldo, o Fenômeno. Recentemente, de passagem pelo Brasil, ele foi com a namorada, a apresentadora Daniella Cicarelli, ao cabeleireiro MG Hair Design, em São Paulo. Enquanto ela fazia luzes no cabelo, ele, muito à vontade, era atendido por duas manicures – uma lhe fazia as unhas da mão e a outra, as dos pés.
Freud se perguntava, sem conseguir responder, o que queria, afinal, uma mulher. Uma parte da resposta já pode ser dada: ela quer um novo homem.
 

"Na correria do dia-a-dia, a gente acaba deixando de lado os cuidados com a saúde e a beleza. Há uns dois anos voltei a praticar esportes e a me cuidar. Eu tinha 88 quilos. Em seis meses, perdi mais de 20 quilos. Gasto cerca de quarenta minutos todos os dias em cada um de meus dois banhos. Toda manhã, faço a barba e passo um esfoliante no rosto. À noite, antes de dormir, faço uma máscara anti-rugas, à base de ácidos. No cabelo, uso uma linha especial para nutrição intensiva. No corpo, só passo hidratantes no dia em que faço depilação no abdômen e no peitoral. Dói um pouquinho, sim, mas vale a pena. Os outros pêlos do corpo eu aparo com máquina em casa. Quando não posso pegar sol, faço bronzeamento artificial. Faço também as unhas uma vez por mês. As mulheres me elogiam muito. Elas estavam carentes de homens vaidosos. Por que ir ao salão e receber cuidados deve ser só privilégio da mulher?"

CARLOS TRINDADE, 32 anos, empresário.



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